13/03/11

ERASMUS - após um mês

Fez hoje exactamente um mês que regressei a Portugal. Não custa tanto chegar ao fim da primeira semana como ao fim do primeiro mês que se está de volta a casa. Se por um lado estou bastante feliz e grata pela oportunidade que tive e por tudo pelo que passei durante o semestre passado, é também impossível não ficar triste por esse já não ser o meu Presente, mas um Passado, que com o passar dos dias será cada vez mais e mais longínquo. Hoje "um mês", quando der por mim "um ano".
Penso que é a este estado de espírito, de achar que nunca mais na vida irei viver uma fase tão intensa e boa como à que passei, que lhe chamam "depressão pós-erasmus". E sim, eu sinto-me mesmo deprimida, triste e muito saudosa.

Te echo de menos Barcelona.


Foto: vista panorâmica @ Parc Guell - BARCELONA

3 comentários:

AM disse...

Fez nesta 5ª-feira que passou uma semana desde o meu regresso de Trieste, em Itália e não consigo descrever esta sensação de me sentir desconectada, desligada... esta sensação de tudo parecer um sonho e ver a realidade que lá tive tão afastada. Sinto principalmente saudades das pessoas e da vida que levava porque é a vida que espero vir a ter um dia. E pior: não tenho maneira de fazer ver isto e fazer com que as minhas pessoas mais próximas entendam.
Dói e sei que também soa a depressão mas por mais que faça o esforço de voltar a mim a casa não parece o lar :/

whoknows disse...

Já passou quase um ano desde que vim de Erasmus e ainda tenho alguma dessa depressão...

Não sei se se pode quantificar a depressão dessa forma mas a verdade é que a universidade me tem mantido ocupado, e fiz muita questão de manter os meus amigos por perto, e apreciar de novo as antigas rotinas.

A verdade é que a falta de vontade foi a coisa mais difícil de superar. Tive mesmo momentos de felicidade enormes, os maiores da minha vida. Conheci alguém por quem me apaixonei perdidamente e ainda hoje amo, mas com quem não posso estar, devido À distancia...

Ainda estou magoado e sem vontade. Só me aptece dormir durante o dia, o que me leva a uma atitude bastante "suicida" no que toca às responsabilidades académicas: faço tudo por directas, quando já nao há mais alternativa de adiar.

Pensei que isto tudo fosse preguiça a crescer com a idade, mas agora vejo que a depressão pós erasmus existe mesmo.

Uma coisa que me ajudou um bocadoi foi apagar o facebook para obrigar-me a manter o contacto com os amigos próximos que tinha cá, em fazer-me chegar a eles e vice versa. Também fiz um esforço diário para lidar com os meus pais outra vez, e agora não me custa absolutamente nada e eles são um apoio enorme, e a minha maior motivação para a universidade. Sem eles, não havia erasmus, não tinha tido o que tive.

Façam o que façam, não deixem de falar com os próximos, que são tudo o que temos. O erasmus não é um sonho nem uma ilusão, se não um estilo de vida que um dia mais tarde podemos escolher ter.

Espero que a réstia de depressão que me sobra se dissipe rapidamente...

Ângela disse...

Já se passaram mais de 3 anos desde que escrevi este texto... o tempo passa realmente muito rápido!

Agora, já com algum distanciamento, posso confirmar que o erasmus é uma experiência que realmente nos marca para a vida, mas não é a única!! :)

Com isto quero dizer que é mais do que normal ficarmos deprimidos quando voltamos, tudo nos parece aborrecido e uma seca, mas a verdade é que a vida continua e pelo meio vão surgindo tantas outras coisas igualmente interessantes e desafiadoras.

Basta estarmos com a “mente aberta” para nos deixarmos contagiar com todas as imprevisibilidades da vida e conseguirmos aproveitar bem cada uma das fases.

Relembrar o passado, sim, mas sempre com olhos postos no futuro: o que me faz feliz? O que posso eu fazer para me sentir realizada/o? Como conseguir realizar os meus sonhos? Tentem responder a estas questões e mexam-se! Não se deixem andar à deriva, lutem pelos vossos objetivos, vão ver que quando derem por isso, já se sentem novamente felizes :D